Tuesday, November 29, 2011

PLURAL: ÃES, ÃOS, ÕES?


El plural de los sustantivos terminados en ‑ÃO es un tema que ni los lusoparlantes dominan intuitivamente: son muchas las trampas y los errores típicos del lenguaje hablado,  y la única solución es memorizar los plurales para las clases y exámenes de portugués. Felizmente, los hispanoparlantes no necesitan tanta memorización para aprenderlos, ya que tienen una gran ventaja sobre quienes hablan portugués.
Esta complejidad se produjo cuando una única terminación del singular (‑ÃO) remplazó tres formas anteriores (‑AM, ‑ANO, ‑OM). Los plurales, sin embargo, no fueron afectados por el fenómeno: la distinción que un día existió en el singular se ha mantenido hasta los días de hoy en el plural.
Por esta razón, mientras los lusoparlantes tienen que sudar la gota gorda para aprender las formas correctas (¡y ni siempre lo logran!), quienes hablan castellano no más tienen que pensar en los plurales de su idioma, pues éstos son normalmente los mismos que en portugués. La única diferencia morfológica es que el portugués ha perdido la N intervocálica que todavía encontramos en las terminaciones del castellano.
PORTUGUÉS
ESPAÑOL
SINGULAR
PLURAL
PLURAL
SINGULAR
alemão
alemães
alemanes
alemán
artesão
artesãos
artesanos
artesano
botão
botões
botones
botón
calção
calções
calzones
calzón
cantão
cantões
cantones
cantón
capitão
capitães
capitanes
capitán
cidadão
cidadãos
ciudadanos
ciudadano
colchão
colchões
colchones
colchón
cristão
cristãos
cristianos
cristiano
órfão
órfãos
huérfanos
huérfano
limão
limões
limones
limón
mão
mãos
manos
mano
mexilhão
mexilhões
mejillones
mejillón
pão
pães
panes
pan
vagão
vagões
vagones
vagón

EXCEPCIONES: Las palabras abajo normalmente utilizan un plural diferente de los que conocemos en español:
PORTUGUÉS
ESPAÑOL
SINGULAR
PLURAL
PLURAL
SINGULAR
anão
anões
enanos
enano
pimentão
pimentões
(pimientos)
(pimiento)
verão
verões
veranos
verano
vilão
vilões
villanos
villano

Monday, November 28, 2011

NACIONALIDADES


Quando estamos falando um idioma estrangeiro, é sempre desagradável nos considerarem desrespeituosos porque usamos (obviamente sem querer) uma palavra que imaginamos ter o mesmo significado e/ou conotação que no nosso - mas que, no fundo, deveria ser evitada. A palavra índio é um ótimo exemplo.
Em português, tanto índio como indígena tem uma conotação neutra/positiva. Se há uma diferença entre as duas palavras, eu diria que indígena soa um pouco mais elegante que índio, mas sem que esta tenha uma carga negativa. Ambas podem ser usadas indiscriminadamente no mesmo texto, inclusive para evitar repetições excessivas de uma delas. Por isto, recomenda-se aos brasileiros cuidado em outros países latinoamericanos, onde a palavra indio deve ser evitada em prol de indígena.
Uma dose semelhante de cautela deve-se ter com os naturais da Polônia, só que agora no sentido inverso: a palavra polaco, tão inofensiva em espanhol, tem em português (pelo menos no Brasil) um tom jocoso-informal-desrespeituoso que a condena ao desuso em favor de polonês.
Felizmente, são estas as únicas diferenças realmente delicadas. A maioria absoluta das nacionalidades tem a mesma forma em ambos idiomas, e as pouquíssimas diferenças que existem são tão surpreendentes a ponto de serem inesquecíveis. Não acreditam? Pois pasmem, leitores e leitoras, com o que virá.
As formas comuns se deram em parte via concessões morfológicas, com pelo menos um idioma (o português) absorvendo do outro um grande número de gentílicos terminados em –enho (um sufixo essencialmente espanhol). Notamos isto pelo resultado de dois fenômenos:
1. Estes gentílicos se referem sempre a países ou cidades de língua espanhola: hondurenho, limenho, madrilenho, panamenho, portenho, portorriquenho, saltenho;
2. Outras palavras do espanhol que terminam em ‑eño têm sufixos propriamente nativos no idioma vizinho: navideño vs. natalinoisleño vs. ilhéu; porteño vs. portuário (aqui, o português se enriqueceu em nuances ao ter palavras diferentes para os nativos de Buenos Aires e coisas que se refiram a portos em geral).
E, é claro, não podemos nos esquecer do exemplo máximo: brasileño vs. brasileiro e dos não menos significativos angoleño, mozambiqueño vs. angolano, moçambicano. O sufixo PT ‑eiro  ES ‑ero, diga-se de passagem, não é comum na formação de gentílicos em nenhuma das duas línguas. Ainda assim, as versões do espanhol da Argentina e do Uruguai (e talvez de outros países) mostram, elas também, uma certa “concessão morfológica” ao usarem a forma coloquial brasilero, importada do português e “inexistente” nos seus registros mais formais.
Em português, as nacionalidades que terminam em ‑enho são tantas que nem se sente a sua origem estrangeira. Na verdade, pode-se dizer que o português se empolgou de tal forma com este sufixo que o levou até as últimas consequências. Deixando-se conduzir por um raciocínio de lógica inegável, o idioma se valeu do exemplo da nacionalidade de Porto Rico para cunhar o gentílico costa-riquenho – isto, para enorme surpresa dos próprios cidadãos da Costa Rica, os quais se auto-denominam costarricenses. (Por outro lado, num contexto puramente brasileiro, optou-se por uma solução puramente nativa na hora de designar os naturais de Vila Rica, MT: eles não são nem “vilarriquenhos” nem “vilarricenses”, e sim vilariquenses.)
Interessante também a arbitrariedade dos dois idiomas quanto aos adjetivos referentes a Paris e Londres. Aqui, os sufixos ‑ino e ‑ense se empregam de forma diametralmente oposta:  PT  parisiense e londrino ; ES  parisino e londinense.
Terminamos com as principais diferenças nas nacionalidades em português e espanhol. Salta aos olhos a formação em ‑í em espanhol, inexistente em português. Há também uma maior distinção em português entre o nome de um país e o seu gentílico, já que, em espanhol, “NORUEGA” e “CHINA” podem designar tanto os países em si quanto uma mulher deles oriunda. Porém, esta distinção formal não se aplica em português com consistência: cf. “SUÍÇA” e “SÍRIA”.

PORTUGUÊS
ESPANHOL
angolano
chinês
angoleño
chino
dinamarquês
danés
iraniano
iraní
iraquiano
iraquí
israelense, israelita
israelí
marroquino
marroquí
moçambicano
mozambiqueño
norueguês
noruego
paquistanês
polonês
pakistaní
polaco
tunisiano
tunecino
venezuelano
venezolano


-MENTO vs. -MIENTO


MENTO vs. MIENTO
Uma característica bem marcante do castelhano, inexistente em português (bem como nas outras línguas neo-latinas), é a ditongação do E /O tônicos, resultando em EI/UE:
ESPANHOL
PORTUGUÊS
FRANCÊS
ITALIANO
CATALÃO
diente
dente
dent
dente
dent
puente
ponte
pont
ponte
pont

Este é um assunto que dará ainda muitos panos para a manga, já que ele permeia toda a conjugação verbal e a morfologia do espanhol. Para os estudantes da língua, o domínio destas ditongações é imprescindível dada a quantidade de palavras comuníssimas onde elas se verificam.
Aqui, veremos como se dá (ou melhor: como não se dá) a ditongação do E em dois sufixos: -MENTE e -MENTO.
1. O sufixo -MENTE
O sufixo ‑MENTE se une a adjetivos para a formação de advébios. Por exemplo, se um cantor tem uma voz linda, podems dizer que ele canta lindamente. Se uma pessoa é hábil ao dirigir, podemos dizer que ela dirige habilmente.
A regra em espanhol é facílima: o comportamento é idêntico ao português. Nunca há ditongação; ou seja, o E tônico nunca se transforma em IE. 
2. Os sufixos ­‑MENTO/‑MIENTO
É aqui onde nos deparamos com um desafio, pois o espanhol escolhe ora uma, ora outra forma sem muita lógica – enquanto que o português só conhece a forma ‑MENTO.
Vale dizer que a grande maioria das palavras em espanhol usa a forma com a ditongação, como vemos nestes exemplos: acercamiento, acontecimiento, alojamiento, cimiento, compartimiento, descubrimiento, estacionamiento, mandamiento, movimiento, nacimiento, pensamiento, procedimiento, reconocimiento, remordimiento, resurgimiento, sentimiento, sufrimiento, tratamiento.
Contudo, uma lista de palavras não menos importantes termina em ‑ENTO:
argumento
aumento
campamento
cargamento
cemento
departamento
fundamento
impedimento
instrumento
juramento
momento
monumento
pegamento
reglamento
temperamento
Aqui, o melhor método é a simples memorização, acompanhada de um condicionamento auditivo. Ou seja, diga repetidamente as palavras em voz alta, e com regularidade (usando, claro, um sotaque espanhol até mesmo para as palavras idênticas em ambas as línguas). Em pouco tempo, você saberá quase instintivamente que se diz compartimiento mas departamento.
Hispanoparlantes, ¿ya se habían dado cuenta del desafío que representan estas dos formas? Si se les ocurren otras palabras comunes en ‑MENTO que faltan en nuestra lista, compártanlas con nosotros en los comentarios, y con mucho gusto las agregaremos a los ejemplos. Desde ya ¡muchísimas gracias por su participación!